TEMPO

Considerações gerais:



Este é um Orixá primordial nas casas de Angola.

Seria ele o verdadeiro Rei da nação Angola. 

É sincretizado com São Lourenço. Nada se faz numa casa de Angola sem esse Santo. Aliás, uma casa de Angola não existe sem ele.

Segundo algumas crenças africanas, Tempo teria sido criado por Zambi Apongue, para ser uma espécie de assessor direto de Zambi (Deus), e esse se incube de anotar tudo que fazemos nesse mundo bem como todas as decisões do Supremo Deus do Universo. 

Ele é um Orixá pouco conhecido por grande parte dos seres vivos, uma vez que toda a criação está de alguma forma incluída nos desígnios desse Santo. 

Ele é implacável e cobra de forma imparcial e até mesmo dura, o cumprimento de nossos carmas, independente de nossa religião. 

É ele quem determina de acordo com as ordens recebidas de Zambi, o inicio e o fim de tudo.

Em suas representações, vemos vários formatos de sua ferramenta e variando de casa para casa, nessa ferramenta deve ter uma ou duas cadeiras, trabalhadas no mesmo ferro no qual foi fabricado seu fetiche.

Sincretizado com São Lourenço tem também uma identidade comum com Obaluayê, com quem se identifica em muitos aspectos, inclusive no uso da palha da costa.

Somente se assenta esse Santo para quem está abrindo sua casa, pois ele responde como guardião pessoal do Sacerdote da mesma, sendo responsável por sua saúde, trabalha em conjunto com o Orixá dono daquela casa.

Não se assenta dois Tempos em uma mesma casa, e segundo alguns zeladores mais antigos, um zelador somente raspa um Tempo em toda a sua vida, não podendo em hipótese alguma raspar outro.

Orixá de muita sabedoria, muito antigo possui também um temperamento forte e deve ser tratado com carinho e respeito, porque todos os demais Orixás respondem junto com ele, de Exú a Oxalá.

Pois todos os Orixás dependem do Tempo para se manifestarem em seus iniciados, aliás, nós precisamos do Tempo para tudo!

Quando se oferece sacrifício a esse Orixá, entrega-se também um bori completo, de Ogum a Oxalá, pois todos os demais comem junto com ele, é nos pés de Tempo que respondem todos os mistérios de uma roça de Angola.

A cada determinado dia do mês, deve-se entregar a ele oferendas como: ebô de Oxalá, doburú, frutas diversas sempre brancas, e vela. Essa oferenda serve tanto para abrir os caminhos do Zelador como de seus filhos e clientes e também serva para que ele ajude com Obaluayê na saúde de todos os membros daquele Templo.

Segundo alguns mais antigos dentro dos mistérios da nossa religião, quando Tempo se zanga, muita coisa de ruim pode acontecer, desde a queda financeira das pessoas daquela roça, como na saúde dos mesmos. E se por ventura, Tempo se zangar em demasia, todos os demais Santos, de Exú a Oxalá, respondem por ele, e cobrarão de quem o ofendeu.

Independente do Santo da casa, Tempo reina absoluto nas roças de Angola e sem ele, sem se dar satisfação a esse Grande Rei e Pai, não se pode fazer nenhuma obrigação na casa, seja um obi, um bori ou mesmo uma feitura de Yawô.

É de lei que atrás de seu assentamento repouse fincado no chão, um tronco no qual é feito ritual secreto para uma entidade que trabalha junto com ele, e ainda atrás do mesmo e ao lado desse tronco, cava-se um buraco no qual outros rituais secretos são realizados.

Também, deve se ter atrás de tudo, uma vara de bambu bem alta e na ponta desse, uma bandeira branca que é a representação dos fundamentos de Tempo e indica que ali existe uma Roça de Angola.

Existem algumas pessoas que dizem que os escravos costumavam amarrar um pano branco em uma vara de bambu para indicar que ali existia uma comunidade negra, mas o certo é que essa bandeira tem a representação do Tempo e a mesma pede paz a Olorúm.

É muito comum também se cuidar deste Santo toda segunda Feira, pois que esse dia representa para nós no Brasil, a abertura da semana, mas cuidando-se dele uma vez por mês já é o suficiente, desde que seja sempre no mesmo dia.

Como todos os Orixás são representados por ele, e todos comem junto com o mesmo, seu dia de culto pode ser todos da semana, devendo se resguardar as Sextas Feiras em respeito a nosso Pai Oxalá.

Seu mês é Agosto ocasião que na Bahia nas casas de Angola se toca a Festa de Tempo, uma das mais concorridas.

Sua cor é verde, preta e branca, mas também pode se mesclar todas as cores dos demais Orixás em uma conta, espécie de colar e colocar em seu assentamento.

Suas comidas são as de todos os santos, quando se oferece a ele holocaustos, e ebô, frutas brancas, arroz, e doburú quando apenas desejamos presenteá-lo.

Seus bichos são o cabrito, frangos, pombo, pato e galinha de angola.

Seu assentamento é sempre do lado de fora das casas, não se colocando telhado sobre ele, deve ser colocado em baixo de uma árvore que deve ser encantada e consagrada para ele.



A palavra Kitembu ou Ntembu pode ser traduzida como VENTO, por este motivo a Divindade que recebe este nome está diretamente ligada às mudanças climáticas, portanto o título de TATA NZARIA (Pai dos Climas).

Esta Hamba também é conhecida em algumas regiões de língua Kimbundu pelo nome de ABANGANGA, APANAGANGA, MAVULU, MAVUNGU, NZALÚ, SANGOLE, assim como em regiões do Kongo recebe nomes como MPEVELU, MPEMO, LUVEVUMUKU, MUELA.


É  a Divindade da vida, do crescimento e da evolução.

Tempo é o senhor das estações do ano; regente das mutações climáticas. Pai da maionga. Tempo está sempre em movimento, entre uma e outra extremidade dos pólos.

 Ora está no equilíbrio negativo do Universo – ora está no equilíbrio positivo do Universo – ora intermediário entre um e outro pólo. Tempo é equilíbrio e desequilíbrio, ao mesmo tempo. Ele é o segundo, o minuto, a hora.

O Tempo é um Orixá muito respeitado no Candomblé, porque todos os pedidos, trabalhos e oferendas são feitos no tempo.

É necessária a permissão do Orixá Tempo para que todas as coisas ocorram no seu tempo, seja curto ou longo, é no tempo que tudo acontece. O Tempo não pára e muda a qualquer tempo.

O Orixá Tempo é representado pelo Iroko, a grande árvore de raízes que saem do chão, e que fica na frente das Casas de Candomblé. O Tempo é conhecido também como Orixá da Gameleira Branca e Gentilheiro por comandar os gases da atmosfera.

 Junto com Oxumarê controla o ar que respiramos. Com Oxossi e Ossain zela pela natureza. Acompanhado de Omulu espalha as pestes e as doenças epidêmicas, como também as suas curas.

O Orixá Tempo é quem comanda a meteorologia, sendo o responsável pelas tragédias e grandes catástrofes como as que estão ocorrendo nos dias atuais: terremotos, tufões, tsunamis, peste bubônica, pandemia de gripe suína e acidentes aéreos.

Segundo os povos de língua Kimbundu, essa Divindade está ligada ao cultivo de inúmeras plantações, proporcionando condições favoráveis para a semeadura e colheita.

Age influenciando nas direções dos ventos, nas marés, no controle das chuvas, nas mudanças climáticas, em especial nas abruptas, de modo que os plantios são sempre feitos após consultar essa Divindade, que de certo modo atua na subsistência alimentar tribal, razão pela qual muitos aqui no Brasil, lhe atribuem erroneamente o nobre títulos de Rei da Mbutu (nação) Angola.

Kitembu/Ntembu é o grande pai dos povos Bantu, é homenageado em todas as Jinzo (casas) da nação Angola, com um mastro bem alto, com uma bandeira branca na ponta, simbolizando a Mpemba, que quando balança como o vento, indica a direção que os povos Bantu devem seguir.

CONSIDERADO O GRANDE PAI (TATA) e NÃO O REI (SOBÁ), como muitos no Brasil afirmam!

Kitembu atua sobre as funções digestivas e respiratórias dos seres humanos.

Kitembu, Kitembo ou simplesmente Tempo é o Nkisse que rege a atmosfera, as estações e o tempo cronológico. 

Suas principais representações são a bandeira branca, uma herança da época em que os povos Bantu eram nômades: 

Quando eles estavam para se mudar para outras terras, cultuavam Kitembu e fincavam a bandeira branca, esperando o vento indicar a direção de sua jornada.

Quando os caçadores se dispersavam na mata, o caçador chefe (Mutak’lamb’lunguzo / Mutak’lambô / Ngongombira), levantava a bandeira em um bambu bem alto, assim todos se reuniam e voltavam juntos para a tribo com fartura e muita alegria.

Este é um Nkisse extremamente importante e cultuado pois tudo que existe entre o céu e a terra (daí sua relação com a atmosfera) está sob seus domínios, bem como o a dimensão do tempo cronológico e sazonal. 

Kitembu é o Nkisse Rei do Candomblé de Angola, sua ferramenta é representada pela grade (a escala do sofrimento humano) que está relacionada a evolução material e espiritual e a flecha apontada para cima que significa que todo sofrimento deve ser encarado como uma etapa do amadurecimento espiritual em direção ao divino.

Segundo conceitos Bantu, essa Divindade rege as quatro estações do ano:

VERÃO..............NTEMBU MURUNGANGA

OUTONO..........NTEMBU APANANGA

INVERNO.........NTEMBU MAUÍLA

PRIMAVERA....NTEMBU MUÍLU



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