OKÈ


Considerações gerais:


Olooke, Oloroke, Orisa-Oke 


Entre os Orisa e os Ebora existe um chamado Orisa-Oke. 

Entre todos os oke existe um mestre muito importante de nome Oloke, o dono e senhor das montanhas e anteriormente existiam vários outros Oke junto com ele. 

Eles também são muito importantes e não se deve brincar com eles, pois são a justiça acima de qualquer coisa. 

Sua importância se deve muito ao fato de que todos os orisa que chegaram no tempo da criação, desceram na terra por intermédio de Oloke, pois Oke foi a primeira ligação entre orun e o aiye, sendo que ele foi a primeira terra firme, uma montanha que elevou-se do fundo do mar a pedido de Olodumare e com a ajuda de Oroiná e resfriada por Olokun..


É um orixá fun-fun primordial, um dos primeiros orixás a pisar no ayê, o orixá dos montes.

Baba Okê é a divindade tutelar das montanhas, montes e colinas, onde faz sua morada e recebe suas oferendas.

Aqueles que obtém o axé deste orixá obtém também força, poder, paz e segurança.

Seu okutá, uma pedra da montanha de cor clara ou escura dependendo do caminho da feitura.

Esta pedra deverá ser pré consagrada no local antes de colocada no peji, e ser depositada numa sopeira de porcelana branca, como algumas qualidades de Oxalá ele deve ser envolto em algodão branco dentro do próprio recipiente de Obàtálá.

Considerado como a pilar de Obàtálá e Baba Olofin, interagindo juntamente com qualquer outro orixá para solucionar do mais simples ao mais complexo problema.

Orixá de fundamento, não se consagra diretamente em nenhum inciado, quando um indivíduo à Ele pertencer, fundamenta-se com um dos caminhos de Obatalá, já que normalmente recebe as mesmas oferendas e fala através dele.

Não tem ferramentas específicas, podendo adotar dos demais Oxalás dependendo da necessidade.

Oloke é o guardião de muitos povos no Ekiti, e lá estão localizadas as maiores rochas onde se praticam seu culto.

As mais notáveis destas rochas e montes ficam nas cidades de Okiti- Efon, Ikere-Ekiti e Okemesi-Ekiti. Nobres entre eles são os montes de Okiti-Efon no limite ocidental com o estado de Osun e próximo a Osogbo, Ikere-Ekiti na parte sul, e montes de Ado-Ekiti na parte central. 

Mais um detalhe que deve ser citado é que a palavra Ekiti vem de “Okiti” [Ok(e)iti] e quer dizer montanhas esplendorosas.

Oloke é a colina, tudo que é elevado e alto, a lava vulcânica também lhe pertence e é a divindade de todas as montanhas da terra, sendo ainda a força e o guardião de todos os orisa, é inseparável de Obatala e muitas vezes fala por sua boca.

É por isto que quando se inicia um Osala velho deve-se por uma criança para criá-lo em virtude de Oloke ser um menino a criança o representaria perante Obatala na iniciação. 

Obatala e Olofin moram ao lado de Oloke no alto da montanha.

Os Oke são muitos, Oloke é o mestre de todos e entre alguns podemos citar:- Oloroke, Oke Olumó, Oke Badan, Olookuta, Oloosunta, Ori Oke, Oke talabi, Olota, Oba Oke, Arira Oke, entre outros.

Oloke é o orisa que se encanta em um leão, o leão da montanha, “Ekun Oke” e quando furioso desce a montanha em forma de lava vulcânica e destrói tudo que encontra em seu caminho pois o vulcão também lhe pertence e Oroina, o fogo universal é sua matéria de origem que resfriada pelas águas de Olokun formaram estas grandes pedras de granito, Oke.

Neste contesto Oloke conduz os quatro elementos primordiais da natureza. O fogo por ser a lava vulcânica, a água da qual ele dependeu para que resfriasse e se tornasse uma montanha de granito, a terra que é a lava vulcânica ja resfriada e pode ser pisada e neste ponto ele divide com seu irmão Aganju tal poder e finalmente o ar sem o qual o fogo não é possível.

Não pode-se esquecer que lava vulcanica quando contido na terra é Oroina, quando sai da terra é de Oloke, o fogo que caminha com ela é Igbona e quando se torna terra firme é Aganju, exceto estas grandes pedras de granitos que são Oke. 

Oloke veste branco e sabemos que o branco é o resultado da interação de todas as outras cores. E se a natureza por si só possui todos estes elementos quando o louvamos exclamamos “Epa mole” em respeito aos espíritos da terra.

O Odu Ifa que acompanhou Oloke ao mundo é Ofun meji e o Esu que os acompanhou é chamado de Esu Orangun também chamado de Esu Anan (Wonan)) um Esu muito velho e poderoso que é assentado em pedra serve Oloke, sua filha Efon (Osun) e também Obatala. A Esu Anan deve ser ofertado galos brancos. 

Este Odu é uma criatura branca complexa assim como este Esu e foi este Odu e este Esu que acompanharam Irunmolé Oloke ao mundo.

Não se pode esquecer que Oloke também é uma criatura branca complexa e sendo assim veste branco e seu rosto não deve ser encarado por nenhum mortal e o orisa também não quer ver os olhos das pessoas pois Oloke não confia nas pessoas e assim reserva-se debaixo de um Ala. Seu “ala” cobre todos os iniciados de Efon

ASPECTOS RITUALÍSTICOS DE BABÁ OKE

As oferendas de Oloke consistem em carneiros, galos, conquem, pombos, certa espécie de peixe, feito de uma maneira especial e boi, come ainda amala, feito também de maneira especial, certa espécie de feijão, eko, e milho branco e sua comida principal são folhas recozidas de Oniapaja, sempre com muito cuidado uma vez que Oniapaja é altamente urtigosa. 

Em épocas difíceis na África lhe era oferecido nos tempos antigos, a exemplo de muitos orisas um ser humano ainda criança ou ainda recém-nascido e em certos lugares de culto existiam mulheres que geravam filhos para serem ofertados ao orisa e eram escolhidas aquelas que geram mais gêmeos pois nas aldeias em que ele era cultuado quando acontecia o nascimento de gêmeos um deveria ser sacrificado para o orisa e o outro seria consagrado a ele.

Atualmente esta pratica foi abolida e não se tem noticia se no Brasil chegou a ser praticada.

Em pesquisa de campo, segundo o Antropólogo Andrew Apter, Phd da Universidade de Chicago, e que presenciou o festival de Oloke em Ayede Ekiti, declara pelo que pôde ver que este orisa é muito próximo de Obatala. 

Seus ewo são os mesmos de Obatala. 

Na África, até os dias atuais este orisa é tido por muita importância sendo muito temido e seus festivais anuais, o “SEMUREGEDE”, atraem grande numero de fieis e estes acreditam que Oloke trará prosperidade e paz pelo ano todo. 

Seus ritos são sete e dois deles são os pontos culminantes que é a oferenda no arbusto na floresta sagrada e sua saída á rua acompanhado de seus adoradores onde as pessoas prostram-se com a cabeça no chão em sinal de grande respeito e temor perante um orisa tão poderoso.

Os não iniciados escondem-se dentro das casas e as mulheres grávidas assim como crianças que não fazem parte do Egbe devem esconder-se em casa. 

O “Apenon”, cargo da casa de Oloke, é quem sai à sua frente empunhando um grande atori ou Isan com o qual ele afasta as pessoas e abre o caminho para que o orisa passe. “Aboke” outro cargo da casa de Oloke e que raramente aparece em publico tendo apenas função interna neste dia poderá acompanhar o cortejo e será a única vez que estará em publico.

Baba Elejoka é aquele que pode dirigir-se a Olooke e conversar, fazer pedidos a ele.

Nota:- No “Ase Oloroke de Bauru este ritual é vivido todos os anos quando acontece o grande festival “OJOKEREGEDE” em honra a Oloke onde podemos ver Olooke Ijero, a qualidade de Oloke da casa e seus Oyes num grande festival.


A iniciação deste orisa na maioria das vezes é feita com o iniciado ainda criança e quando a iniciação é feita para um adulto são necessários alguns cuidados especiais. 

Não poderá na iniciação faltar Ewe Ose sua folha principal e a arvore Ose será também de grande importância para uma iniciação uma vez que o rito do arbusto que é cheio de detalhes e segredos os quais não poderei revelar neste trabalho por entender que trata-se de algo muito secreto de um orisa que não é do domínio de todos e que por isto deve ser preservado. 

A oferenda no arbusto dará inicio a feitura mas não contará com a presença do Yawo pois ai esta sendo tratada a matéria de origem de Oloke e neste momento será oferecido um grande animal que cobrirá o ser humano de outrora. 

Sendo um Orisa tão antigo e que participou do tempo da criação não se pode esquecer das Yami-agbagba que serão lembradas e tratadas na mesma arvore e em outras seis. 

Só então começará a iniciação propriamente dita. Oluwa deverá receber oferendas para que assim se complete as oferendas das Yami Eleye.

O poder de Yami foi-lhes dado por Olooke e por este motivo as mulheres, quando do festival Ojokeregede, devem ficar de cabeça baixa e agachadas não podendo olhar para Olooke sob pena de morte e também as Yami Osoronga tem respeito muito grande por este orisa uma vez que só ele pode lhes tirar o poder.

Oloke esta sempre presente nos festivais de Yeye Olokun e de Obatala. Seu toque principal no tambor “D’AGUA” é aguerrido e lembra muito o Aluja tocado para Sango, porém mais cadenciado pois na região Ijesa e Ekiti a dança é muito valorizada pela beleza, e os movimentos tornan-se mais lentos para que possam ser executados com muito mais graça. Ele dança também o ritmo Ijesa, isto tanto na África quanto no Brasil.

No festival de Oloke em todo Ekiti-ijesa, na semana que antecede o festival o Egun de Oloke é quem sai a rua para dançar. 

Na semana seguinte é o festival do Orisa reúne grande numero de fieis e em alguns ritos é proibido a presença de mulheres e crianças, pois, as mulheres não podem sequer tocar no igba do orisa , são consideradas escravas de Oloke e podem apenas cantar para ele e neste momento quem devem cantar são apenas as mulheres. 

As mulheres podem também serem iniciadas para Oloke porem não podem por a mão no próprio assento de seu orisa tendo que imediatamente ser confirmado um homem que fará as funções.

No terreiro do Oloroke de Paulo de Efon todos estes fundamentos são observados menos a dança de Egun, pois neste asé, faz-se um oro ao egun de Oloke uma semana antes do festival anual do orisa e é o festival mais esperado de todo o ano litúrgico da casa onde Oloke, um dos mais antigos orisa da terra, abençoa todos os seus filhos e lhes dá proteção e abundancia por todo o ano.

Quanto ao tabu de mulheres por a mão no Igba do Orisa , não se deve faze-lo para que o orisa não perca suas forças e condene a mulher que assim agir.

Oloke não pode ter seu rosto visto pelas pessoas e ele também não quer ver as pessoas para não ter que castiga-las pois o orisa é muito justiceiro e todos podem mentir mas os olhos falam a verdade e sendo assim Oloke não confia em quem quer que seja por isto não olha para ninguém.

Um orisa acompanha muito Oloke ao ponto de levar em seu nome o nome do orisa é ele Ogun Oloke ou Ogun Oke pouco conhecido no Brasil. 

Este Ogun viveu em Ori-Oke ao lado de Oloke e é que dá caminhos a Oloke. 

Os vários orisa, como é dito cada um tem as áreas especiais onde habitam: Ogun é o deus do ferro, da guerra e dos viajantes e foi Ogun quem usou um facão para abrir o caminho quando os orisa estavam vido do Orun para este mundo.

Por isto, é acreditado, que os orisa o respeitam. Mas Ogun é muito agressivo para uma vida povoada. Então ele foi para o topo de uma colina onde ele foi em busca de caça, farra, guerra e exploração.

Na montanha Ogun conheceu Olooke, o dono da montanha, e os dois caçavam juntos até que ele se cansou. Quando ele decidiu voltar para a cidade de ile Ifé era difícil para ele adquirir uma casa para morar porque a face dele era terrível.

Olooke acompanhou Ogun para maior desespero das pessoas.




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