OSOÓSI

OXOSSI

Características gerais:
  
Oxóssi é o orixá da caça e da fartura. É identificado no jogo do merindilogun pelo odu obará e representado nos terreiros de candomblé pelo igba oxóssi.

"Oxóssi" veio do iorubá Òşóòsì.

O culto de Oxóssi foi praticamente extinto na região de Ketu, na Iorubalândia, uma vez que a maioria de seus sacerdotes foram escravizados, tendo sido enviados à força para o Novo Mundo ou mortos.

Aqueles que permaneceram em Ketu deixaram de cultuá-lo por não se lembrarem mais como realizar os ritos apropriados ou por passarem a cultuar outras divindades.

Durante a diáspora negra, muitos escravos que cultuavam Oxóssi não sobreviveram aos rigores do tráfico negreiro e do cativeiro, mas, ainda assim, o culto foi preservado no Brasil e em Cuba pelos sacerdotes sobreviventes.

E assim, Oxóssi se transformou, no Brasil, num dos orixás mais populares, tanto no candomblé, onde se tornou o rei da nação Ketu, quanto na Umbanda, onde é patrono da linha dos caboclos, uma das mais ativas da religião.

Seu habitat é a floresta, sendo simbolizado pela cor verde na Umbanda, e recebendo a cor azul clara no candomblé. 

Sendo assim, roupas, guias e contas costumam ser confeccionadas nessas cores, incluindo, entre as guias e contas, no caso de Oxóssi e, também, seus caboclos, elementos que recordem a floresta, tais como penas e sementes.

Seus instrumentos de culto são o ofá (arco e flecha), lanças, facas e demais objetos de caça.

É um caçador tão habilidoso que costuma ser homenageado com o epíteto "o caçador de uma flecha só", pois atinge o seu alvo no primeiro e único disparo tamanha a precisão. 

Daí o epíteto "o caçador de uma flecha só".

Oxóssi é a expansão dos limites, do seu campo de ação, enquanto a caça é uma metáfora para o conhecimento, a expansão maior da vida. Ao atingir o conhecimento, Oxóssi acerta o seu alvo. Por este motivo, é um dos Orixás ligados ao campo do ensino, da cultura, da arte. 

Nas antigas tribos africanas, cabia ao caçador, que era quem penetrava o mundo "de fora", a mata, trazer tanto a caça quanto as folhas medicinais. Além, eram os caçadores que localizavam os locais para onde a tribo poderia futuramente mudar-se, ou fazer uma roça. Assim, o orixá da caça extensivamente é responsável pela transmissão de conhecimento, pelas descobertas. 

O caçador descobre o novo local, mas são os outros membros da tribo que instalam a tribo neste mesmo novo local. Assim, Oxóssi representa a busca pelo conhecimento puro: a ciência, a filosofia. Enquanto cabe a Ogum a transformação deste conhecimento em técnica.

Apesar de ser possível fazer preces e oferendas a Oxóssi para os mais diversas facetas da vida, pelas características de expansão e fartura desse orixá, os fiéis costumam solicitar o seu auxílio para solucionar problemas no trabalho e desemprego. Afinal, a busca pelo pão de cada dia, a alimentação da tribo, costumeiramente cabe aos caçadores.

Por suas ligações com a floresta, pede-se a cura para determinadas doenças e, por seu perfil guerreiro, proteção espiritual e material.


Oxossi é a semente, é o vegetal em ponto de colheita. É a fartura, a riqueza, é a carne que o homem consome.

Esta ligado às artes, todo tipo de arte, e se faz presente no ato da pintura de um quarto, na confecção de uma escultura, na composição de uma música, nos passos de uma dança. Seus encantamentos estão nas artes de um modo geral. 

Encanta-se nas misturas de cores, na escrita de um poema, de um romance, de uma crônica. Oxossi está presente desde o canto dos pássaros, da cigarra, ao canto do homem. É pura arte!

Oxossi também rege o revoar dos pássaros e seu encantamento mais bonito está na evolução das pequenas aves.

Ele é a vontade de cantar, de escrever, de pintar, de esculpir, de dançar, de plantar, de colher, de caçar, de viver com dinamismo e otimismo.

Curiosamente, Oxossi também é a comodidade, a vontade de vislumbrar, de contemplar. Oxossi é um pouco preguiça, a vontade nada fazer, senão pensar e, quem sabe criar.

A vida com essa força da Natureza, entretanto, não é só suavidade. Em seu lado negativo, Oxossi pode proporcionar a falta de alimentos; o plantio escasso; o apodrecimento de frutas, legumes e verduras; e até mesmo a arte mal acabada, inacabada ou de mau gosto.

No dia-a-dia, encontramos o deus da caça no almoço, no jantar, enfim em todas as refeições, pois é ele que provê o alimento. Rege a lavoura, a agricultura, permitindo bom plantio e boa colheita para todos. 

Segundo Pierre Verger, o culto a Oxossi é bastante difundido no Brasil mas praticamente esquecido na África. A hipótese do pesquisador francês é que Oxossi foi cultuado basicamente no Keto, onde chegou a receber o título de rei. 

Essa nação, porém foi praticamente destruída no século XIX pelas tropas do então rei do Daomé. Os filhos consagrados a Oxossi foram vendidos como escravos no Brasil, Antilhas e Cuba. Já no Brasil, o Orixá tem grande prestígio e força popular, além de um grande número de filhos. 

O mito do caçador explica sua rápida aceitação no Brasil, pois identifica-se com diversos conceitos dos índios brasileiros sobre a mata ser região tipicamente povoada por espíritos de mortos, conceitos igualmente arraigados na Umbanda popular e nos Candomblés de Caboclo, um sincretismo entre os ritos africanos e os dos índios brasileiros, comuns no Norte do País. 

Talvez seja por isso que, mesmo em cultos um pouco mais próximos dos ritos tradicionalistas africanos, alguns filhos de Oxossi o identifiquem não com um negro, como manda a tradição, mas com um Índio. 

Oxossi é o que basta a si mesmo. A ele estiveram ligados alguns Orixás femininos, mas o maior destaque é para Oxum, com quem teria mantido um relacionamento instável, bem identificado no plano sexual, coisa importante tanto para a mãe da água doce como para o caçador, mas difícil no cotidiano, já que enquanto ela representa o luxo e a ostentação, ele é a austeridade e o despojamento.

É chamado de Aláqueto, título oficial dos reis de Ketu, Rei da caça, Senhor das veredas, sua história e culto são dos mais ricos. 

Sua dança é o Aguerê e é também considerado com Ashéshé: a origem das origens, dos descendentes.

Rege as árvores, a fauna e a flora. Segundo algumas lendas, Osóssi é o filho de Yemanjá com Osalá e irmão mais novo de Ògún. Ele não é o Deus da floresta, como muitos pensam, ele é o rei da caça. 

Dada é a deusa da floresta. Está associado com a vida ao ar livre e com os elementos da natureza. Como bom caçador, é solitário e individualista.

Mas não dispensa o contato com pessoas no convívio social. E nunca vive sem um grande amor.

Actualmente, o culto a Oxóssi está praticamente esquecido em África, mas é bastante difundido no Brasil, em cuba e em outras partes da América onde a cultura iorubá prevaleceu. 

Isso deve-se ao facto de a cidade de Ketu, da qual era rei, ter sido destruída quase por completo em meados do século XVIII, e os seus habitantes, muitos deles consagrados a Oxóssi, terem sido vendidos como escravos no Brasil e nas Antilhas. 

Esse facto possibilitou o renascimento de Ketu, não como estado, mas como importante nação religiosa do Candomblé. Oxóssi é o rei de Ketu, segundo dizem, a origem da dinastia. 

A Oxóssi são conferidos os títulos de Alakétu, Rei, Senhor de Ketu, e Oníìlé, o dono da Terra, pois em África cabia ao caçador descobrir o local ideal para instalar uma aldeia, tornando-se assim o primeiro ocupante do lugar, com autoridade sobre os futuros habitantes.

Na história da humanidade, Oxóssi cumpre um papel civilizador importante, pois na condição de caçador representa as formas mais arcaicas de sobrevivência humana, a própria busca incessante do homem por mecanismos que lhe possibilitem sobressair no espaço da natureza e impor a sua marca no mundo desconhecido. 

A colecta e a caça são formas primitivas de busca de alimento, são os domínios de Oxóssi, Orixá que representa aquilo que há de mais antigo na existência humana: a luta pela sobrevivência.

Oxóssi é o Orixá da fartura e da alimentação, aquele que aprende a dominar os perigos da mata e vai em busca da caça para alimentar a tribo. 

Mais do que isso, Oxóssi representa o domínio da cultura (entendendo a flecha como utensílio cultural, visto que adquire significados sociais, mágicos, religiosos) sobre a natureza. 

Astúcia, inteligência e cautela são os atributos de Oxóssi, pois, como revela a sua história, este caçador possui uma única flecha, por tanto, não pode errar a presa, e jamais erra. 

Outras histórias relacionadas a Oxóssi apontam-no como irmão de Ogum. Juntos, eles dominaram a floresta e levaram o homem à evolução.

Além de irmão, Oxóssi é grande amigo de Ogum – dizem até que seria seu filho, e onde está Ogum deve estar Oxóssi, as suas forças completam-se e, unidos, são ainda mais imbatíveis. 

Oxóssi mantém uma estreita ligação com Ossain, com quem aprendeu o segredo das folhas e os mistérios da floresta.

A história mostra Oxóssi como filho de Iemanjá, mas a sua verdadeira mãe, segundo o mais antigos, é Apaoká a jaqueira, que vem a ser uma das Iyá-Mi, por isso a intimidade de Oxóssi com essa árvore. 

A rebeldia de Oxóssi é algo latente na sua história. Foi desobedecendo às interdições que Oxóssi se tornou Orixá.Tal como Xangô, Oxóssi é um Orixá avesso à morte, porque ele é a expressão da vida.

A Oxóssi não importa o quanto se viva, desde que se viva intensamente. O frio de Ikú (a morte) não passa perto de Oxóssi, pois ele não acredita na morte.

Durante a diáspora negra, muitos escravos que cultuavam Odé não sobreviveram aos rigores do tráfico negreiro e do cativeiro, mas, ainda assim, o culto foi preservado no Brasil e em Cuba pelos sacerdotes sobreviventes e Odé se transformou, no Brasil, num dos orixás mais populares, tanto no candomblé, onde se tornou o rei da nação Ketu, quanto na umbanda, onde é patrono da linha dos caboclos, uma das mais ativas da religião.


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