ORÍ

Considerações gerais:

 Òrìsà Orí

ÒRÍ

Compreendendo Òrí como o Òrìsà mais importante

No nascimento de todo ser humano, o Orí-Ode (cabeça física), é o primeiro membro que surge no mundo e, juntamente com a cabeça física, vem predestinadamente o Òrìsà o mais importante, chamado também de: ÒRÍ/ODÙ, ÒRÍ-INU ou ÒRÍ-ISÈSÈ, considerado como a nossa essência divina, que é mais diretamente ligada a Deus.

Assim ÒRÍ-INÙ tem a importante missão de acompanhar um ÒRÍ-ODE (cabeça física), dês do nascimento, por toda a vida e, até após a morte.

Com o Òrìsà ÒRÍ, trazemos as nossas impressões que estão gravadas em nosso inconsciente, a nossa origem no universo, a nossa missão neste mundo, as nossas capacidades e incapacidades, ligados ao nosso comportamento e conduta ética.

Ligados a ao Òrìsà ÒRÍ está nosso Èlédà, (a mente/essência superior e criadora), como fonte da inteligência para a sobrevivência aqui no Aiyé (Terra).

Portanto, de acordo com a força do Òrìsà Òrí em nossa cabeça, geramos toda a nossa força propulsora que nos conduzirá em nossa jornada, não somente para a vida em si como para uma longa-vida, mas também na saúde, equilíbrio mental/emocional, prosperidade, felicidade de casamento, obtenções de filhos (formação de família), ainda amigos, vitórias, honra, consideração, prestígio, também o nosso ofício somente profissional ou espiritual. Assim a pessoa está diretamente ligada ao Òrun (além) através do Òrísà ÒRÍ.

Portanto, este Òrìsá especial é o único que conhece o próprio destino da mesma e a forma que nos conduzirá na passagem do mundo físico ao espiritual, até que somos tocados pela força de Ikú (a morte).

Considerando, o Òrísà Òrí = origem do ser = Elédà (mente superior), está ligado ao Òrum, e ao mesmo tempo ligado à Terra (Aiyé), e sua força sobrevive até após a morte para transmutar a morte física para a vida do espírito, e desta forma guardando em sua memória as marcas de sua origem, retornando à grande consciência cósmica (Deus).

A cada dia que passa todo estudante de Ifá vai se aprofundando até que fica sabendo que "o pensamento provoca a ação", "a ação provoca a reação", e todos os frutos colhidos serão a resposta de nossa própria conduta, de nosso equilíbrio, tanto espiritual como emocional, e isto é ter um bom Orí, que saudamos como Òríire ou Òrírere.

Já para aquelas pessoas com um Mau-Òrí diremos Òrí-Burúkú ou Òrí-Bururu, é aquele de cabeça infeliz, que é considerada uma cabeça fraca/incapacitada. O tipo de Òrí-Buruku é o mais comum, o qual pode vir com vários graus de incapacidades, dês de uma cabeça enfraquecida pelos desgastes da vida, cabeça deprimida, cabeça desiquilibrada, cabeça vulnerável à doenças leves até crônicas, morte prematura, perdas ou dificuldades financeiras, pobreza geral, ataques de feitiços, bruxarias, infertilidade, esterilidade, conquistas de inimizades, sofrimento por desonras, desrespeitos, perseguições, disposição à depressão, infelicidade no amor, tendência à fugas ou graus de pânicos (medos), irritação, desatinos, ócio, preguiça, desânimos, teimosia, arrogância, oposição a tudo e todos, agressividades, violência, insatisfação (oscilações de humos), reatividade, autoritarismo, mania de doenças, medo de perder, me de agir, medo de fazer as boas escolhas, medo de viver, medo de morrer.

 Em outros piores, desenvolve uma tendência à pratica da mentira gradativa, cleptomania, fofoca, sarcasmo, sadismo, maldição, falsidade, inveja, manipulação, maledicência, inteligência para golpes, trapaças, fraudes, corrupção, psicopatia, tendência à perversidade, crueldades até absurdas, loucuras, promiscuidades, compulsões de vários níveis, avareza, ganância por dinheiro, necessidade de ostentação, vaidade de ego, megalomania, futilidade, estupidez.

Enquanto alguns Ori-Buruku podem se manifestar na falta de direcionamento, autoabandono, desleixo, bipolaridade no humor, falta de responsabilidade, incompatibilidades, precipitação, exageros, má administração, marasmos, vulnerável à perturbações de espíritos ou de pessoas egoístas, maliciosas e interesseiras.

 Em alguns outros Ori-buruku pode se manifestar a improdutividade de forma geral, vários tipos de incapacidades.

Ou seja, um Ori-Buruku é sempre uma cabeça infeliz, de alguma forma evidente, sofrendo agressões ou agindo como agressor.

Seja como for, a pessoa de Ori-Buruku já estar se desalinhando ou já está completamente desalinhada da sua fonte divina (Deus).

Portanto, toda pessoa necessita manter o seu alinhamento com Deus. Há algumas pessoas necessitam de um realinhamento ou até uma transformação mais elaborada do Ori-Buruku em Orire.

Portanto, unicamente através de ÒRÌ, Olódùnmarè, nosso Deus maior nos deu a possibilidade de atingir a perfeição, deixando conosco a sabedoria transcendente, a qual somente poderá ser compreendida com um bom Òrí, assim diz o Oríkì (exaltação), "Nada se faz sem um bom Orí," nem mesmo nosso corpo tem comando, nada caminha, nada evolui, nada prospera, não se tem alegrias, não se tem equilíbrio emocional/mental, não se tem amor, não se tem produtividade, não se tem fertilidade, não tem saúde, não se tem longa vida.

 Mas, é somente através de Ifá (opele ou Ikin), que soma a sabedoria suprema e se ativa a capacidade de um ÒRÍ.

Ifá como sabedoria divina, a cosmogenia e a cosmologia, a vida e a morte, o nascimento da natureza, a visão total do mundo e da existência estabelecendo normas éticas que irão comandar as sociedades e os homens, e assim determinando uma conduta nobre diante de todas as forças que se formam contra o bem da humanidade, a força que conduz a sustentação do planeta vivo.

Neste processo tão poderoso, aquele que executa o Ibóshumori (processo de assentamento do Igba-Eleda-Ori) estará agregando a si uma permissão para obtenção de um poder muito maior perante Olódùnmarè, Deus. Mas só Ifá traduz a individualidade de cada pessoa, Òrí-Ode e Òrí-Inu.

Agora, se tratando exclusivamente de Ifá, nem todas as pessoas estão habilitadas a carregarem em seu Òrí, a força de Orunmila que liga o ser humano com o sagrado. Seus sacerdotes, apoiados nos conhecimentos milenares, carregados por uma cultura de tradições que envolvem: botânica medicinal, mineralogia, zoologia, geologia, biologia, física, química, geometria, astronomia, astrofísica, filosofia, literatura, simbologia, iconografia, sociologia, ética moral, ciências humanas, sexologia, antropologia etc. Então, baseados em todas essas ciências, só um Babalawo legitimo consegue unir os elementos da natureza à energia vital de cada indivíduo procurando o equilíbrio entre as forças espirituais e materiais de cada um, esta união da ciência com o mundo espiritual precisa de mentes profundamente sãs.

Èsé de Òrí no Odù Iretefun

Iretéfun aquele que imprime o Efun nas costas de crocodilo.
Ifá foi consultado para os 401e Irunmolé, quando eles iam para o Apere (o estado de perfeição)
Aquele que marca o Efun nas costas de crocodilo.
Ifa foi lançado para o Orisa Òrí, quando ele também estava indo para o Apere.
Todos foram avisados, por Ifá, para oferecer sacrifício à sua cabeça, mas apenas o Orisa-Òrí ouviu o conselho de Ifá e executou o seu sacrifício
O sacrifício de Ori foi eficazmente recompensador,

Então ORI se tornou o mais importante Orishá entre todos os outros Orishá’s (divindades)
Desde então, é, só Ori que atinge o Apere, o estado de perfeição.
Qualquer outra divindade só pode dá um suporte à uma pessoa “apenas com o consentimento do próprio Ori”.
Então ORI é superior a todas as Divindades.

Ori é superior a todos os outros Irunmalé (orisa divinos).

Nenhum outro Orisa fala mais alto que o Orisa-Òrì,

Òrí é o unico Orisa que dá a consciencia e com tratamentos é o unico que conduz as pessoas ao estado de perfeição durante a vida.


Introdução

Na maioria das Culturas africanas tradicionais, a cabeça é a parte mais proeminente, porque na vida real, é a parte mais vital do corpo humano, pois contém o cérebro (a morada da sabedoria e da razão); os olhos (a luz que ilumina os passos do ser humano pelos labirintos da vida); os ouvidos (com os quais o ser humano escuta e reage aos sons); e a boca (com a qual ele come e mantém o corpo e alma juntos).

Tão importante é a cabeça que em muitas sociedades africanas ela é adorada como a sede da personalidade e destino do homem.

É considerada o receptáculo das ideias, opiniões, emoções e sofrimentos do indivíduo, e está ligada ao destino e à sorte. 

Nós discutiremos os vários níveis do Orí. Muitas pessoas neste País que são envolvidos através da religião, não possuem conhecimentos suficiente acerca do Orí e muitos se perdem no seu relacionamento com o Òrisà.

O Òrisà Orí é o mais importante de cada ser, e é responsável pela evolução de cada ser humano. O Orí nasce primeiro e por isso será o primeiro sempre a ser cultuado e consagrado, antes mesmo da iniciação. É uma das divindades mais importantes no conhecimento e na convicção do Yorùbá.

Há numerosas traduções para Orí, algumas são mais apropriadas que outras dependendo do contexto. No uso comum Orí significa cabeça. Entretanto a tradução literal é mais perto do significado espiritual da palavra.

Orí é composto do prefixo "O", que é o pronome pessoal ele/ela, e do sufixo "RÍ" que significa perceber. Assim melhor que significar apenas cabeça física, seria mais exato compreender o significado da palavra como o assento da percepção.

 Na terminologia ocidental poderia também significar o assento da consciência. O conceito do assento da percepção é conhecido no Taoismo como o "Eu desconhecido" que existe no ponto central da consciência.

 A disciplina espiritual de Ifá sugere que o "Eu desconhecido" descrita no Taoismo possa ser aproximado com a possessão do transe.

CONCEITO DE ORÍ 

Para os yorùbá o ser humano é descrito como constituído dos seguintes elementos: Ara, Òjììji, Ôkàn, Êmí e Orí. 

Ara é corpo físico, a casa ou templo dos demais componentes. É o concreto, coisa tangível de carne e osso, o qual conhecemos através dos sentidos e que pode ser descrito através da anatomia. É a forma física do homem modelada do barro (Amon) e da água (omi) primordiais por Òòsàálá; 
Òjììji é o "fantasma" humano, é a representação visível da essência espiritual;
Ôkàn é o coração físico, sede da inteligência, do pensamento e da ação;
Êmí está associado à respiração, é o sopro divino. É somente Olódùmarè que coloca o Êmí no homem, dando-lhe desta forma, vida e existência, e que para Ele voltará após a morte. Êmí é associado estritamente à vida e a todo o seu mecanismo de viver. Dessa forma quando uma pessoa morre, diz-se que seu Êmí partiu (ÊMÍ RÊ TI LÔ), ou seja, o espírito deixou o corpo:

Orí é o Òrìsà pessoal, em toda a sua força e grandeza.

Orí em yorùbá tem muitos significados - o sentido literal é cabeça física (Orí ode), símbolo da cabeça interior (Orí inú). Espiritualmente, a cabeça como o ponto mais alto (ou superior) do corpo humano representa o Orí.

Ele é o primeiro Òrìsà a ser louvado, representação particular da existência individualizada (a essência real do ser).

É aquele que guia, acompanha e ajuda a pessoa desde antes do nascimento, durante toda vida e após a morte, referenciando sua caminhada e a assistindo no cumprimento de seu destino. 

Enquanto Òrìsà pessoal de cada ser humano, com certeza ele está mais interessado na realização e na felicidade de cada homem do que qualquer outro Òrìsà.

Da mesma forma, mais do que qualquer um, ele conhece as necessidades de cada homem em sua caminhada pela vida e, nos acertos e desacertos de cada um, tem os recursos adequados e todos os indicadores que permitem a reorganização dos sistemas pessoais referentes a cada ser humano.

 Reforçando esta questão temos um Oríkì que nos diz: 

ORÍ LO NDA ENÍ 
ESI ONDAYE ÒRÌŸÀ LO NPA ENÍ DA 
O NPA ORÍ DA 
ÒRÌSÀ LO PA NIDA 
BI ISU WÖN SUN 
AYE MA PA TEMÍ DA 
KI ORÍ MI MA SE ORÍ 
KI ORÍ MI MA GBA ABODI 

TRADUÇÃO
Orí é o criador de todas as coisas 
Orí é que faz tudo acontecer, antes da vida começar 
É Òrìsà que pode mudar o homem 
Ninguém consegue mudar Òrìsà
Òrìsà que muda a vida do homem como inhame assado 
AYE *, não mude o meu destino 
Para que o meu Orí não deixe que as pessoas me desrespeitem 
Que o meu Orí não me deixe ser desrespeitado por ninguém 
Meu Orí, não aceite o mal." 
(* AYE - conjunto das forças do bem e do mal).

O Orí é uma divindade que tem o objetivo de servir a uma pessoa à qual está ligado por força de poder de Olódùmarè. Os Òrìsà não têm essa eficiência por que são muitas pessoas a que têm de dar apoio e proteção. Esse poder de individualidade proporciona a condição de que tudo que não for desejo do Orí de uma pessoa, nenhuma outra divindade poderá retifica-lo. Portanto, enquanto os Òrìsà são os intermediários entre os homens e Olódùmarè, o Orí é o intermediário entre o homem e o Òrìsà.
Essa visão é reconhecida através do entendimento do Orí como o mestre do homem, confirmado através da expressão:
ORÍ LO NDÁ ENI (Orí é o criador do ser)
ESI ONDAYE (antes do mundo existir)

Uma outra expressão atesta a primazia de Orí:
KÒ SÍ ÒÒŸÀ TÍ I DÁ'NI GBÈ LËHIN ENI 
(Nenhum Òrìsà abençoa uma pessoa antes de seu Orí).

Em Ifá, Orí é considerado também o altar sagrado pessoal que acomoda uma comunicação com as forcas espirituais que existem no mundo. Esta ligação ocorre através de três centros de àse situados na cabeça. Estes centro são chamados IWÁJÚ-ORÍ, ÀTÀRÍ E ÌPÀKÖ.


 PRINCIPAIS CONCEITOS EXPOSTOS NO TEXTO:

• Orí do homem é individual.

• No caso de um problema na vida, Orí é o primeiro a ser analisado através do Ifá porque "Õrúnmìlà é aquele que pode conserta-lo, por isso que em yorùbá fala "ÕRÚNMÌLÀ TÚN ORÍ TÍ KÓ SÚAN SÉ" (ele conserta o Orí) - ele é o único que é capaz de salvar o Emeré/Abikú (nascido para morrer).

• ÀSÊ é a força da realização: assim seja assim aconteça - o ÀSÊ do destino, foi dado ao Orí como sendo o Òrìsà mais importante da vida do homem.

• Conforme a pessoa, o Orí pode estar contra ou a favor da dela por uma série de motivos, e a resolução dos problemas do Orí seria feito através do (Ebôrí).

• O nosso destino também depende dos outros, das pessoas que nos rodeiam.

• Os Òrìsà também falam do Orí. O equilíbrio do ser, vem do próprio Orí a partir daí, convive-se bem com o mundo e com a vida do Òrìsà.

• Os maiores agentes destruidores de àse na vida das pessoas, passam pelo caminho da magia.

• Não devemos criticar ninguém, por que o Orí é responsável pela evolução ou destruição do ser.

Ritual de Ebôrí (E + Bö Ori Dagan) Orí, em sua totalidade, é um objeto de culto. Possui toda a potencialidade do sucesso ou do fracasso. De tudo que é bom ou ruim, e por esse motivo é que dá maior ou menor força à atuação do Òrìsà numa pessoa. Daí a necessidade do seu fortalecimento através de ritos especiais denominados Ebôrí.
Ebôrí é o ritual de "dar comida" ou alimentar o Orí .

Deve ser sempre precedido de um jogo que defina sua necessidade e, ao mesmo tempo, oriente o sacerdote sobre os procedimentos particulares para o caso, as oferendas a serem utilizados naquela situação e o encaminhamento adequado a ser dado para aquela necessidade.

Assim, pode-se realizar um Ebôrí apenas com um ou dois Obì e água ou com todo um conjunto de alimentos e a louvação de objetos-símbolos especialmente sacralizados para a ocasião. 

As oferendas buscam encontrar o ponto de equilíbrio necessário a fim do Orí recuperar sua proporção correta. A ave Etù, agitada por natureza, é oferecida ao lado do manso Eiyëlé; água pura, bebidas complementam os oferecimentos. 

Nos rituais, todas as oferendas começam pela utilização do Obì, inicialmente, estabelecendo uma conversação através de uma modalidade de jogo que se utiliza dos quatro gomos do Obì, denominados aláwë mérín. No Ebôrí, é a cabeça quem fala e decide se o Obì será colocado inteiro no alto da cabeça, ou em partes mastigadas onde permanecerá o tempo suficiente para transmitir os elementos ao Orí.

Outras partes do corpo também são tocadas com o Obì, visando despertar centros de força a ativá-los.

A PERSONALIDADE DO ORÍ, NESSE MOMENTO, É EVIDENCIADA, E PODE REFLETIR DESEJOS DE OFERENDAS, MUITAS VEZES CONTRÁRIAS AOS PRINCÍPIOS DO ÒRÌSÀ TUTELAR DA PESSOA. EM OUTRAS PALAVRAS, O QUE SIGNIFICARIA ÈÈWÕ PARA O ÒRÌSÀ PODERÁ NÃO O SER PARA O ORÍ. ORÍ TEM DESEJOS PRÓPRIOS, E MUITAS VEZES CONTRÁRIOS AOS DO ÒRÌSÀ.

No ritual do Ebôrí, uma pessoa faz oferendas não somente para o seu próprio Orí, mas também para o Orí de seus pais, vivos ou mortos (através do dedão do pé esquerdo).

Os pés, em contato direto com a terra, tornam-se um elo de comunicação com os ancestrais e os Onílê.

Assim, os ritos de Ebôrí possuem a finalidade de reverenciar o Orí individual e a matéria ancestral, agindo ambos como guardiães a protetores.

O Ebôrí pode se apresentar como necessário para alguém em função de algumas situações. 

Entre elas:

Como processo de religação do Orí com o seu duplo no Õrun;

Como resposta à condições de stress ou fragilização das estruturas psicológicas do indivíduo resultantes de situações particulares de vida;

Como ritual propiciatório ou complementar a um ebo;

Como ritual propiciatório a processos iniciáticos;

Como resposta a uma necessidade espiritual resultante de feitiço ou destino;

Como indicação de algum Odù (Ifá), a partir da interpretação das condições ligadas ao personagem mítico que se apresenta em um dos Ìtàn correspondentes ao Odù. 

Pode-se, no geral das situações, estabelecer um ritual básico a ser seguido, não significando isso que o sacerdote deva entender esse ritual básico como limitador da sua ação ou fórmula a ser seguida em todos os casos e situações. 

É importante lembrar sempre que o uso e a combinação dos elementos a serem utilizados deve levar em conta as propriedades excitantes (gùn) ou calmantes (êrõ) de cada elemento que está sendo manipulado.

O Orí de uma pessoa é tão importante que frequentemente deve ser consultado dando todo o apoio necessário antes de empreender qualquer tarefa.

O poder e autoridade desfrutada por Orí esta fora da questão. Todo este poder pode se provado através do Odù-Ifá Òfún-Ìretê.

Você deve ter em mente as seguintes considerações:

• Ebôrí tem a ver com o Orí da pessoa, tem a ver com o conceito mais de tradição do que com o Òrisà da natureza que acompanha a pessoa.
• É importante entender que sempre que se louva o Orí de alguém está se procedendo a alimentação daquele Orí.
• O ritual do ebôrí, não depende do ritual do Òrisà.
• ebôrí não casa você com o Òrisà. O que casa você com o orixá é a iniciação (o assentamento do Òrisà).
• Você pode receber o ritual de Ebôrí sem que o orixá vá cobrar de você a obrigação . Porque o Ebôrí não tem total relação ao Òrisà.
• As energias que atuam no Orí são diferentes, uma é para quando você nasceu e outra é para como você vive.
• É errado dizer que o Orí pode rejeitar Obì no momento do ritual de Ebôrí. O Òrìsà Orí NUNCA rejeita um oferenda de Obì, pois esse fruto é fundamental ao seu Culto.
• A pessoa que abandona o Òrìsà, logo fica fora e a não manifestação, já é uma forma de desagrado do Òrìsà. 
• E podem ser do seu próprio Orí, você perde a essência vital, com as forças externas, relacionadas com o seu meio ambiente ou pelo meio que você vive (pessoa).
• Pode atrapalhar um Orí através da magia e varias outras formas: com palavras, olhar, quando se evoca o nome de uma pessoa mandando para ele os piores atrasos ou as melhores sortes.
• Mais maior peso que se extermina é a parte do feitiço, um dos males que atacam a energia do Orí.
• Se o Orí estiver bem, ele evita muitos males inclusive o de pegar azar dos outros.
• Quando a pessoa se protege, faz um tratamento abrangente para toda a família.
• Quando uma pessoa possui um Orí forte, ele serve como um para-raios, absorve e destrói os malefícios que mandam para a pessoa .
• Um Orí enfraquecido não acarreta apenas falta de dinheiro ou namorados, e principalmente o fato de não cultuar a sorte que se tem.
• O ritual do Ebôrí serve como um agente protetor.
• A vida é denominada pelo mal e o homem só consegue viver o bem se souber ludibriar o mal.
• Problema do homem que vive no mistério da incompetência e ignorância, tem haver com o Orí.
• Pobre da favela vivem sem argumentos, é uma consciência coletiva em evolução, o destino está relacionado às circunstâncias que vivem assim porque é um Orí coletivo .
• Não se deve alimentar o Orí, nem o Òrìsà, se o homem não possuir condições para alcançar um objetivo muito além de suas possibilidades.
• Orí na vida da pessoa é para essa função de lidar com o bem e o mal.
• Ebôrí é um ritual sem data pré fixada e não tem prazo de validade, e o Òrìsà determina como será esse Ebôrí.

A veneração do Orí vai reverter em: 
Equilíbrio;
Tranquilidade;
Bom raciocínio;
Saber aproveitar as oportunidades.

ELEMENTOS QUE PODEM SER USADOS PARA CULTUAR O ÒRÌSÀ ORÍ
Òrìsà Orí pode comer:
ÒRÍ — Banha de Orí (usada para neutralizar toda energia a ser mobilizada - é uma banha vegetal que você passa pelo corpo (cabeça, mão, umbigo, pés) para neutralizar o teu corpo até para você poder receber o benefício e aquela força não chegar muito forte em você. Isto é para neutralizar a situação.
OBÌ E ORÓGBÓ (frutos sagrados) — Nunca são dispensados no ritual do Ebôrí (Aplaca as intrigas, elas não irão te alcançar);
IYÓ (sal) — Faz com que a pessoa seja aceita dentro de sua comunidade;
EFUN — indispensável no Ebôrí para que nenhum mal aconteça a pessoa;
ÕGÊDÊ (Banana) facilita nosso caminho; 
ÌRÈKÉ (Cana de açúcar) — tem a função igual a do mel; alimenta as forças negativas e elas passam a te ajudar.; 
ÀGBÔN Coco (maduro) — Representa vida longa;
OKA BABA (milho branco) — usada para harmonizar, para união e paz;
1) Espiga de milho verde (cozida);
2) Milho amarelo cozido pode temperar com dendê ou mel; 
EKURU (é inhame cozido sem casca e amassado na mão e dividido em dois, uma parte temperado com dendê (ekuru-pupa), a outra parte puro, não temperado (ekuru-funfun). Afasta doenças sérias e graves;
AKARA - é usado para atrair muita prosperidade e muito dinheiro e aplacar a ira das forças que se opõem a pessoa;
ÊWÀ (feijão fradinho ) — cozido e temperado;
ISU (Inhame) — cozido sem a casca (em fatias ou pedaços);
ÌGBÍN (caracol) — calmante. é relacionado com a docilidade, tranquilidade e paz. É oferecido nos momentos em que a paz é necessária. O movimento vagaroso, cuidadoso a firme dos caracóis os impede de choques e confusões entre si. O seu oferecimento objetiva livrar de perigos de todos os tipos;
EJA-ÀRÕ (Bagre, peixe que anda com a cabeça) — simboliza a tranquilidade e a paz, atenuando a dor e a perturbação. Faz com que as pessoas vivam bem e superem os problemas que impedem o seu progresso;
EIYËLÉ (pombo)— tem que ser branco para o ritual do Ebôrí - é indispensável macho ou fêmea. O sacrifício do pombo alimentará as forças que se alimentam do sofrimento da pessoa;
ÀKÙKÔ (frango);
ETÙ (galinha d'Angola) — Essa ave é usada para trazer muita sorte;
Pëpëiye (pato);
ODÍDERË (pássaro sagrado) — somente para Reis;
ÕBÚKÔ (Bode);
EWÚRO (Cabra);
ÀGÙTÀN (Ovelha);
ÀGBÒ (Carneiro).

O resto dos animais é despachado, com exceção do pato e da ovelha que são preparados para a pessoa comer.

ÒRÌSÀ ORÍ PODE TAMBÉM PEDIR PARA BEBER:
EPO PUPA (dendê)— Tem o mesmo simbolismo do Ìgbín; modera ou suaviza aquilo que, de outra maneira, seria incontrolável. O epo atua como agente que acalma o agastamento divino diante dos erros do ser humano. Por isso é usado, principalmente, nas oferendas feitas às divindades que se caracterizam pela luta: Sàngó, Ògún, Ômôlu etc. De igual maneira, o epo é oferecido às Ìyàmi, como substituto do êjê.
OTI — A bebida tem que ser incolor pois será usada na terra para evocar suas forças
OYIN — para atrair a felicidade;
OMI — Só com água pode-se venerar Orí, mas depende da pessoa. Usado para a pessoa ser aceita dentro da comunidade.

Obs.: O que é oferecido no ebôrí só quem faz o ebôrí é que pode comer, senão você atrai para você o problema da pessoa.

Outros elementos usados:

DINHEIRO PARA O EBÔRÍ — algumas vezes na saída vai ser dado a um mendigo (Só em caso de necessidade financeira);
OWÓ-EYÔ (Búzios) — Elemento que traz sorte e prosperidade;
EKODIDÉ — Pena do pássaro sagrado Odíderë.

Obs.: SÀRÁ - significa dar comida ou dinheiro para dar aos consulentes ou para as pessoas que você quer algo deles, atrair sorte para a gente, tem que ser de três pessoas para cima , aí pode ser.


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