NANÃ

NÀNÀ


Características gerais:


Nanã Buruku (ou Nanã, Nanã Buluku, Nanã Buru, Nanã Boroucou, Nanã Borodo, Anamburucu, Nanã Borutu), é um nome pertinente a um vodun e orixá das chuvas, dos mangues, do pântano, da lama (barro molhado), senhora da Morte, e responsável pelos portais de entrada (reencarnação) e saída (desencarne).

Identificada no jogo do merindilogun pelos odu ejilobon e representado materialmente pelo candomblé através do assentamento sagrado denominado igba nanã.

Nanã é dona de um cajado, o ibiri. Suas roupas parecem banhadas em sangue, Orixá das águas paradas que mata de repente, ela mata uma cabra sem usar faca. 

É considerada o Orixá mais antigo do mundo. Quando Orunmilá chegou aqui para frutificar a terra, ela aqui já estava. 

Nanã desconhece o ferro por se tratar de um Orixá da pré-história, anterior à idade do ferro. 

O termo "nanan" significa raiz, aquela que se encontra no centro da terra. Nanã tornou-se uma das Iyabás mais temidas, tanto que em algumas tribos quando seu nome era pronunciado todos se jogavam ao chão.

Senhora das doenças cancerígenas, está sempre ao lado do seu filho Omolu.


Nanã, é um Orixá feminino de origem daomeana, que foi incorporado há séculos pela mitologia iorubá, quando o povo nagô conquistou o povo do Daomé (atual Republica do Benin) , assimilando sua cultura e incorporando alguns Orixás dos dominados à sua mitologia já estabelecida.

Resumindo esse processo cultural, Oxalá (mito ioruba ou nagô) continua sendo o pai e quase todos os Orixás. Iemanjá (mito igualmente ioruba) é a mãe de seus filhos (nagô) e Nanã (mito jeje) assume a figura de mãe dos filhos daomeanos, nunca se questionando a paternidade de Oxalá sobre estes também, paternidade essa que não é original da criação das primeiras lendas do Daomé, onde Oxalá obviamente não existia. 

Os mitos daomeanos eram mais antigos que os nagôs (vinham de uma cultura ancestral que se mostra anterior à descoberta do fogo). 

Tentou-se, então, acertar essa cronologia com a colocação de Nanã e o nascimento de seus filhos, como fatos anteriores ao encontro de Oxalá e Iemanjá. 

É neste contexto, a primeira esposa de Oxalá, tendo com ele três filhos: Iroco (ou Tempo), Omolu (ou Obaluaiê) e Oxumarê.

Nanã é a Divindade Suprema que junto com Olorum fez parte da criação, sendo ela responsável pelo elemento Barro, que deu forma ao primeiro homem e de todos os seres viventes da terra, e da continuação da existência humana e também da morte, passando por uma transmutação para que se transforme continuamente e nada se perca. 

Esta é uma figura muito controvertida do panteão africano. Ora perigosa e vingativa, ora praticamente desprovida de seus maiores poderes, relegada a um segundo plano amargo e sofrido, principalmente ressentido. 

Orixá que também rege a Justiça, Nanã não tolera traição, indiscrição, nem roubo. Por ser Orixá muito discreto e gostar de se esconder, suas filhas podem ter um caráter completamente diferente do dela.

 Por exemplo, ninguém desconfiará que uma dengosa e vaidosa aparente filha de Oxum seria uma filha de Nanã "escondida". 

Nanã faz o caminho inverso da mãe da água doce. É ela quem reconduz ao terreno do astral, as almas dos que Oxum colocou no mundo real.

É a deusa do reino da morte, sua guardiã, quem possibilita o acesso a esse território do desconhecido

Muitos são portanto os mistérios que Nanã esconde, pois nela entram os mortos e através dela são modificados para poderem nascer novamente. Só através da morte é que poderá acontecer para cada um a nova encarnação, para novo nascimento, a vivência de um novo destino – e a responsável por esse período é justamente Nanã.

Ela é considerada pelas comunidades da Umbanda e do Candomblé, como uma figura austera, justiceira e absolutamente incapaz de uma brincadeira ou então de alguma forma de explosão emocional. 

Por isso está sempre presente como testemunha fidedigna das lendas. Jurar por Nanã, por parte de alguém do culto, implica um compromisso muito sério e inquebrantável, pois o Orixá exige de seus filhos-de-santo e de quem a invoca em geral sempre a mesma relação austera que mantém com o mundo. 

Nanã forma par com Obaluaiê. E enquanto ela atua na decantação emocional e no adormecimento do espírito que irá encarnar, ele atua na passagem do plano espiritual para o material (encarnação), o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo energético ao tamanho do feto já formado dentro do útero materno onde está sendo gerado, ao qual já está ligado desde que ocorreu a fecundação.

Este mistério divino que reduz o espírito, é regido por nosso amado pai Obaluaiê, que é o "Senhor das Passagens" de um plano para outro.

Já nossa amada mãe Nanã, envolve o espírito que irá reencarnar em uma irradiação única, que dilui todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para uma nova vida na carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou.

É por isso que Nanã é associada à senilidade, à velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas que vivenciou na sua vida carnal.

Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a "memória" dos seres. E, se Oxóssi aguça o raciocínio, ela adormece os conhecimentos do espírito para que eles não interfiram com o destino traçado para toda uma encarnação.

A vida está cercada de mistérios que ao longo da História atormentam o ser humano. 

Porém, quando ainda na Pré-História, o homem se viu diante do mistério da morte, em seu âmago irrompeu um sentimento ambíguo. Os mitos aliviavam essa dor e a razão apontava para aquilo que era certo no seu destino.

A morte faz surgir no homem os primeiros sentimentos religiosos, e nesse momento Nana faz-se compreender, pois nos primórdios da História os mortos eram enterrados em posição fetal, remetendo a uma idéia de nascimento ou renascimento.

O homem primitivo entendeu que a morte e a vida caminham juntas, entendeu os mistérios de Nana.

Em outra linha da vida, ela é encontrada na menopausa. No inicio desta linha está Oxum estimulando a sexualidade feminina; no meio está Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim está Nanã, paralisando tanto a sexualidade quanto a geração de filhos.

Esta grande Orixá, mãe e avó, é protetora dos homens e criaturas idosas, padroeira da família, tem o domínio sobre as enchentes, as chuvas, bem como o lodo produzido por essas águas.

Quando dança no Candomblé, ela faz com os braços como se estivesse embalando uma criança. Sua festa é realizada próximo do dia de Santana, e a cerimônia se chama Dança dos Pratos.

Nanã é a deusa das chuvas, senhora da morte, e responsável pelo portal de entrada (reencarnação) e saída (desencarne).

Em sua passagem pela Terra, foi a primeira iyagbá e a mais vaidosa, em nome da qual desprezou seu filho primogênito com Oxalá, Omulu, por ter nascido com várias doenças de pele. Não admitindo cuidar de uma criança assim, acabou abandonando-o no pântano.

Sabendo disso, Oxalá condenou-a a ter mais filhos, os quais nasceriam anormais (Oxumaré, Ewá e Ossayn), e a baniu do reino, ordenando-lhe que fosse viver no mesmo lugar onde abandonou seu pobre filho, no pântano.

Nanã tornou-se uma das yabás mais temidas, tanto que em algumas tribos quando seu nome era pronunciado todos se jogavam ao chão.

Senhora das doenças cancerígenas, está sempre ao lado do seu filho Omulu.
Protectora dos idosos, desabrigados, doentes e deficientes visuais. 

Nanã, a deusa dos mistérios, é uma divindade de origem simultânea à criação do mundo, pois quando Odudua separou a água parada, que já existia, e liberou do “saco da criação” a terra, no ponto de contato desses dois elementos formou-se a lama dos pântanos, local onde se encontram os maiores fundamentos de Nanã. 

Senhora de muitos búzios, Nanã sintetiza em si morte, fecundidade e riqueza. Seu nome designa pessoas idosas e respeitáveis e, para os povos jeje, da região do antigo Daomé, significa “mãe”. 

Nessa região, onde hoje se encontra a República do Benin, Nanã é muitas vezes considerada a dinvidade suprema e talvez por essa razão seja freqüentemente descrita como um Orixá masculino.

Em algumas regiões da África, Nanã é conhecida como Inie e sua autoridade é ressaltada em um belo Oriki:

Para o alto não podemos subir,
Do alto escorregamos.
De volta pra casa,
Não falar (do que viu).
Vamos celebrar a festa do ano.
O proprietário da casa esta em casa,
O estranho pede caminho,
Se Inie me dá, eu tomo.
Se Inie recusa, eu não peço.

Sendo a mais antiga das divindades das águas, ela representa a memória ancestral de nosso povo: é a mãe antiga (Iyá Agbà) por excelência. É mãe dos Orixás Iroko, Obaluaiê e Oxumaré, mas por ser a deusa mais velha do candomblé é respeitada como mãe por todos os outros Orixás.

Nanã é o princípio, o meio e o fim; o nascimento, a vida e a morte.

Ela é a origem e o poder. Entender Nanã e entender o destino, a vida e a trajetória do homem sobre a terra, pois Nanã é a História. Nanã é água parada, água da vida e da morte.

Nanã é o começo porque Nanã é o barro, e o barro é a vida. Nanã é a dona do axé por ser o Orixá que dá a vida e a sobrevivência, a senhora dos ibás (que deveriam ser de barro) que permite o nascimento dos deuses (no barro dos ibás) e dos homens.

Nanã, a mãe maior, é a luz que nos guia, nosso cotidiano. Conhecer a própria vida e o próprio destino é conhecer Nanã, pois os fundamentos dos Orixás e do Candomblé estão ligados à vida. A nossa vida é o nosso Orixá.

Nanã Burukú foi a primeira esposa de Oxalá, mas perdeu o seu grande amor para Yemanjá.

Muito sábia Nanã era considerada por todos a guardiã da justiça. Era de fato juíza e as pessoas, especialmente as mulheres, costumavam queixar-se a ela, que fazia os julgamentos e aplicava os castigos. A coruja, animal que representa a sabedoria, pertence a Nanã.

O que surpreendia nas sentenças de Nana é que ela só castigava os homens. Havia um jardim criado por ela especialmente para abrigar os eguns – era o país da morte. Os maridos faltosos eram amarrados em uma das árvores. Nanã convocava os eguns para assustá-los e, quando o pavor era insuportável, eles eram soltos.

Nana não vira na cabeça de homem, aliás, Nanã abomina a figura masculina, pois o homem, através do esperma, líquido que é símbolo de Oxalá, semeia o óvulo e gera uma nova vida. 

Nanã é a morte que reside no âmago da vida, que possibilita o renascimento. A vida e tudo que a representa – o esperma (homem) e o sangue – são considerados tabus para Nanã.

É na morte, condição para o renascimento e para a fecundidade, que se encontram os mistérios de Nanã. Respeitada e temida, Nanã, deusa das chuvas, da lama, da terra, juíza que castiga os homens faltosos, é a morte na essência da vida.

A mais velha divindade do panteão, associada às águas paradas, à lama dos pântanos, ao lodo do fundo dos rios e dos mares.

O único Orixá que não reconheceu a soberania de Ogum por ser o dono dos metais. É tanto reverenciada como sendo a divindade da vida, como da morte. Seu símbolo é o Íbíri - um feixe de ramos de folha de palmeira com a ponta curvada e enfeitado com búzios. 

Nana pode ser a lembrança angustiante da morte na vida do ser humano, mas apenas para aqueles que encaram esse final como algo negativo, como um fardo extremamente pesado que todo o ser carrega desde o seu nascimento. 

Na verdade, apenas as pessoas que têm o coração repleto de maldade e dedicam a vida a prejudicar o próximo se preocupam com isso.

Aqueles que praticam boas acções vivem preocupados com o seu próprio bem, com a sua elevação espiritual e desejam ao próximo o mesmo que para si, só esperam da vida dias cada vez melhores e têm a morte como algo natural e inevitável.

 A sua certeza é a imortalidade da sua essência.

Nana, a mãe maior, é a luz que nos guia, o nosso quotidiano. Conhecer a própria vida e o próprio destino é conhecer Nana, pois os fundamentos dos orixás e do Candomblé estão ligados à vida. A nossa vida é o nosso orixá.

É na morte, condição para o renascimento e para a fecundidade, que se encontram os mistérios de Nana. Respeitada e temida, Nana, deusa das chuvas, da lama, da terra, juíza que castiga os homens faltosos, é a morte na essência da vida.

Com o barro, Nanã propicia o uso das cerâmicas, momento em que o homem começa a desenvolver a cultura.

Orixá que auxilia as passagens difíceis da vida, que pode trazer riquezas assim como a miséria, é a própria evolução do Ser, o princípio, o meio e o fim; o nascimento, a vida e a morte. Nanã tanto rege a vida como a morte, sequências da mesma realidade.

Pertencem a Nanã os búzios, que simbolizam morte por estarem vazios e fecundidade porque lembram os órgãos genitais femininos, entretanto, o que a melhor sintetiza é o “grão”, pois, além de Nanã possuir domínio sobre a agricultura e desenvolvimento do homem, todo “grão” tem que morrer para germinar. 

Nanã é que dá nascimento às sementes permitindo transmutação e transformação contínua para que nada se perca.

Nanã é considerada a Divindade da Lua Escura, essa Lua também é chamada de fase Balsâmica que tem como atributo a energia passiva, receptiva e libertadora propiciando o esquecimento do passado para se direcionar ao futuro.

 Assim, como Nanã Buruquê, libertar o passado para iniciar um novo ciclo, com consciência e clareza.

A mais controversa no panteão africano, Nanã ora é perigosa e vingativa, ora doce e acolhedora. Sua terra se transforma em lama e é da terra que nascemos, para terra que seremos levados ao morrer. É a Grande Mãe de onde tudo nasce e tudo retorna.

Dona da sabedoria e da justiça que vem da natureza, age com rigor em suas decisões, oferece segurança, mas não aceita traição, sua lei é implacável.

Nanã é lama, é terra com contato com a água.

Nanã também é o pântano, o lodo, sua principal morada e regência.

Ela é a chuva, a tempestade, a garoa.

O banho de chuva, por isso, é uma espécie de lavagem do corpo, homenagem que se faz à Nanã, lavando-se no seu elemento. 

A chuva é a parte da vida, que vai irrigar a terra, Se ela cai demais, é porque a força da Natureza, Nanã, está insatisfeita. 

Considerada a Iabá Orixá feminina mais velha, foi anexada pelos iorubanos nos rituais tal a sua importância. Nanã é a possibilidade de se conhecer a morte para se ter vida.

É agradar a morte, para viver em paz.

Nanã é a mãe, boa, querida, carinhosa, compreensível, sensível, bondosa, mas que, irada, não reconhece ninguém.

Entre os símbolos de Nanã está o ibiri, que é feito com palitos do dendezeiro que representa a multidão de Eguns, que são seus filhos na terra dos homens, e Nanã o carrega como mimasse uma criança.

Nanã é a morte que reside no âmago da vida, que possibilita o renascimento. 

Nanã não roda na cabeça de homem.

Seus adeptos dançam com a dignidade que convém a uma senhora idosa e respeitável.

Seus movimentos lembram um andar lento e penoso, apoiado num bastão imaginário. 
Em certos momentos, viram para o centro da roda e colocam seus punhos fechados, um sobre o outro, parecendo segurar um bastão. 

Em determinada atribuição cuida dos mortos enquanto seus corpos se decompõem no lodo, se preparando para formarem novos seres.

Protege contra feitiços e perigos de morte.

Nanã, vive voltada para a comunidade, sempre tentando realizar as vontades e necessidades dos outros.

Nanã é a sacerdotisa que, segura de suas experiências sabe o momento de agir.

Seu mundo é a natureza viva e morta, ela é capaz de sentir quando o peso da realidade exterior bloqueia as possibilidades de concretizar suas intenções, por isso quando a realidade está obscura, ela se senta, recolhe suas lembranças, medita e escuta o caminho a seguir.

Considerada avó de todos os orixás.

Sua dança é lenta, andar curvado, demonstrando sua idade madura, sua velhice.

Na síntese mitológica iorubana Nanã é considerada a mais velha deusa da nação, predominando com associações diretas com a morte e com a posição reservada aos bem mais idosos.

Nanã é um orixá bastante complexo, representa a memória transcendental do ser humano e o acervo das reações pré-históricas de nossos antepassados.

É uma divindade das águas paradas e dos pântanos, responsável pela matéria prima da vida, barro, que deu forma ao primeiro homem, assim da criação do mundo e dos seres.

Nanã rege fisicamente o estômago, os intestinos, a memória e os pés, temida por todos que conhecem seus hábitos e costumes, este é o Orixá representante da continuidade da existência humana e, portanto, da morte.

Salubá Nanã Burúku, entidade que separa os vivos dos mortos.

Nanã muito temida, parece manter a imagem mais ligada as antigas Iyámi.

É dada como amante mais velha de Oxalá que ao seduzi-la roubou parte de seus poderes, mas em troca faz dela mãe de Omulu e Oxumarê.

Nanã também tem relações com Xangô.

Outros tabus conservam igualmente características ameaçadoras ainda que veladas. 

Não gosta de homens, e é praticamente assexuada, possuindo grande capacidade de trabalho, e autossuficiente, tem hábitos austeros e intolerante a preguiça, falta de educação, desordem, desperdício.


ASPECTOS RITUALÍSTICOS DE NANÃ CULTUADA COMO VODUN (JEJE)


Existem vários Voduns da linhagem de Nanã Buruku, que são feitos nos iniciados. Todos esses Voduns seguem a tradição de Nanã Buruku e são tão exigentes quanto Ela.

Para iniciar um processo de feitura de uma Nanã, é exigido a abstinência de sexo, bebidas alcoólicas e outros prazeres carnais, pelo menos dois meses antes (na África são exigidos 3 meses), de todos que irão participar do processo de renascimento do iniciado. Nesse período, são feitos vários ebós no iniciado e alguns poucos nos participantes e na casa de santo.

A bogami (bôgâmi - menstruação) é outro beko (ewó) de Nanã. Se durante o processo de iniciação a vodunsi ficar menstruada, deve ser afastada imediatamente de Nanã e ficar reclusa em um lugar especial, fora do templo, até que cesse esse período.
Na África as mulheres menstruadas são proibidas de entrar no Templo de Nanã ou de participar de qualquer preceito, seja de rituais ou simplesmente fazer uma comida de santo. Nanã diz que a bogami é um sangue impuro e aconselha as mulheres não cozinharem para seus maridos nesse período.

Por ter muita ligação com egungum é necessário saber tratar muito bem de Buku, entidade assistente de Nanã e Sakpata. Em uma feitura, não é permitido a sua presença, mas, ele deve ficar aposto, sua função será tomar conta de todos, para que nenhuma exigência da Grande Mãe seja desobedecida, principalmente a abstinência de sexo.

Assim como Buku, Legba Aghamasa (agramassá) devem ser tratados corretamente para garantir a paz, tranqüilidade e segurança nos rituais e preceitos. Ebós e oferendas específicas devem ser feitos para essas duas entidades.

Os ancestrais dos Voduns, do iniciado, dos participantes e da casa de santo não podem ser esquecidos em hipótese alguma!

Antes, durante e depois da iniciação de uma Nanã devemos fazer muitos ebós, oferendas e preceitos. Uma Nanã bem feita é caminho de prosperidade e crescimento para a casa de santo, do iniciado e dos participantes.

De acordo com a Vodum Nanã que está sento feita ou cultuada é que se determina, se comerá bichos macho ou fêmea. Existem Voduns dessa linhagem que não comem bicho de quatro pés, outros preferem comer somente o igbin. Nanã Buruku, por exemplo, não gosta de muito kun (sangue)

Vários textos têm sido publicados, citando o carneiro como o bicho oferecido a Nanã, mas, se observarmos as fotos que acompanham esses texto, veremos que se trata de cabra e cabritos. O sacrifício de carneiro é o maior beko (kisila) de Nanã. Para essa Vodum, o carneiro é um bicho sagrado e não deve ser sacrificado.

O não uso da faca e outros metais nos sacrifícios e preceitos de Nanã devem-se ao fato de Ela ser muito mais velha que esses metais. Por seu caráter conservador, quando o ferro e outros metais apareceram, ela preferiu manter o que já conhecia em seus ritos.

Vejamos abaixo alguns dos Voduns da linhagem de Buruku. e algumas curiosidade ligadas a Grande Mãe.

Nanã Densu ou apenas Densu – Segundo os Fons esse Vodum é um deus andrógino e seria o lado macho ou marido de Buruku. É muito cultuado nos rituais de Mami Wata onde é considerado o maior de todos os deuses, os Fons o comparam a Olokun.
Muitos antropólogos têm atribuído erronêamente Densu a um deus hindu, devido seus fetíches e assentamentos apresentarem três cabeças.
Esse Vodum é muito rico e farto. Costuma presentear seus adeptos com suas riquezas.
Não é feito na cabeça de ninguém.

Nanã Asuo Gyebi (assuô giêbi) – Vodum masculino velho, que habita os rios. Muito popular em Ghana e tido como o protetor das crianças africanas que foram escravizadas. Esse Vodum pediu aos seus sacerdotes que o levasse para os países onde os africanos foram escravizados afim de que pudesse resgatar suas crianças. Ele já foi assentado em templos de Akonedi nos Estados Unidos e no Canadá.

Nanã Esi Ketewa – Vodum feminina muito velha, cultuada em Ghana, Cotonou e Allada. Dizem os mais velhos que essa Vodum morreu de parto e que por isso a missão dela é proteger e tratar as mulheres grávidas assim como seus filhos.

Nanã Adade Kofi – Vodum masculino, tem a função de proteger e defender todos os templos de Nanã. É um Vodum guerreiro, ligado ao ferro e outros metais. Cultuado em Ghana, Allada, Cotonou, Porto Novo, etc. É o Vodum da força e perseverança. Sua espada é usada pelos adeptos de Nanã, para prestarem juramentos de obediência, submissão e devoção a Grande Mãe.

Nanã Tegahe (têgarê) – Vodum feminina jovem, cultuada em Ghana. Tem o poder de tirar feitíços das pessoas e lugares. Tem grande conhecimento no uso terapêuticos e ritualísticos das ervas. Muito alegre e faceira, gosta de dançar e cantar, mas fica muito séria e aborrecida quando encontra malfeitores e ladrões; ela os mata.

Nanã Obo Kwesi (obó cuêssi) – Vodum feminina guerreira, cultuada na região Fanti em Ghana. Protege e ajuda os kuhatô (pobres) e os azon (doentes). Detesta quem faz aze (azê - bruxarias) ou qualquer mau a um ser humano.

Nanã Tongo ou Nanã Wango – Vodum feminina, cultuada em Togo. Grande curandeira, trata das pessoas com ervas, ebós e gri-gris. É uma grande Azeto (azétó - feiticeira) e seu culto talvez seja um dos mais complexo. Em seus nahunos, os sacerdotes prostam-se no chão ao lado dos bichos mortos e fingem estarem mortos também, assim permanecem até que Wango incorpore em um deles e os ressuscite. Todos levantam, os bicho são suspensos e preparados.
Nanã Tongo dança com muita alegria, vestida em suas roupas confeccionadas com as peles dos bichos sacrificados para ela. Seus adeptos costumam presentear Wango com muitas jóias, enfeites, roupas e talismãs que a agradam. Antes de começar os nahunos para Wango, corujas são atadas às árvores. 

Nanã Akonedi Abena – Vodum feminina jovem, cultuada em diversas partes da África. Seu principal templo fica em Later, cidade de Ghana. Quando Akonedi chega ela percorre a vila, esconde-se em arbustos e sobe em telhados à procura de feitíços, feiticeiros e malfeitores. Atende os moradores locais, fazendo libações e curando os doentes. Em Ghana é considerada a Deusa da Justiça
Seu corpo é coberto com um pó branco sagrado, usa saia de palha, seu rosto é descoberto, na cabeça usa um torço, no corpo muitos brajás e nas mãos trás um feixe de lenha.
Sua dança é selvagem e desenvolve-se dentro de um quadrado divino, dividido em outros quadrados menores feito com riscos do mesmo pó que cobre seu corpo. Esse conjunto de quadrado também é usado por suas sacerdotisas durante as danças.
Seu assentamento fica em um buraco dentro da terra, ficando somente a tampa deste aparecendo.
Os sacerdote e adeptos de Akonedi carregam-na nos ombros numa espécie de desfile, para que todos possam admirar e louvar a grande deusa da Justiça. Terça-feira é o dia consagrado a essa Vodum.
O Culto de Akonedi foi levado para alguns países, a pedido dos governantes desses. Quem levou o culto de Akonedi para o novo mundo foi a maior autoridade religiosa do culto, Nanã Oparebea Akua Okomfohemma, falecida em 1995.

Mmoetea – Aldeia de pigmeus que vivem nas florestas de Ghana. 

Formam uma sociedade secreta especializada no uso das ervas para diversos fins. Desenvolveram a capacidade de curar qualquer doença física, mental e espiritual. Trabalham com os espíritos da natureza e seu maior deus é Nanã. Os espíritos da floresta deram aos Mmoeta o poder de ler a mente dos homens e dos animais. São grandes curandeiros e poderosos feiticeiros.

Buku – Assistente de Nanã e Sakpata que mata os doentes infectados pela varíola. “Toma conta e presta conta” do comportamento moral das pessoas durante os cultos de Nanã e Sakpata.

Legba Aghamasa – Vodum Legba masculino, reina nos portais da morte onde reside Nanã Buruku.

Odom – Bolsa feita com pele de cabra não curtida, enfeitada com búzios, penas e sangue. Nessa bolsa são colocados os gris-gris venenoso e não venenoso que decidem uma questão de justiça. Quando duas pessoas brigam pela mesma “coisa” e recorrem a Nanã para saber quem tem razão, sua sacerdotisa pede um galo a cada um dos queixosos, quando esses animais chegam, esses gris-gris são oferecido aos animais. O galo que comer o venenoso, o dono dele perde a causa. Além desses gri-gris, outros segredos de Nanã são guardados na Odom.
A Odom fica sempre nos pés do assentamento de Nanã, nunca vai a público e não pode jamais ser tocada por homens.

Abuk (abuquê) – De acordo com a cultura Fon, foi a primeira mulher a surgir. Patrona das mulheres e dos jardins, seu fetíche é uma pequena serpente.

Asase (assassê) – Deusa da criação dos homens e receptadora dos mesmos na morte. Cultura Ashanti. (Seria a mesma Buruku?!)

Atori (atôli) – Vara ou haste simbólica de Nanã, representa seus filhos mortos e os ancestrais.

Todos esses Voduns usam muitos kpolis (quipôlis - búzios) e palha, dificilmente cobrem seus rostos.

Falar ou escrever sobre Nanã é uma tarefa das mais difíceis, pois são tantas as história a ser contadas, que somente um livro poderia caber.

Todos os adeptos do Culto Vodum, devem prestar muita reverência a Nanã. Em seus cânticos e danças devemos nos alegrar e nos sentirmos honrados em poder, aqui no Brasil, participar dessa parte que na África é reservada somente aos seus sacerdotes e sacerdotisas.


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