AYRÁ

AYRÁ


CARACTERÍSTICAS GERAIS


Airá era um Orixá no fundamento de Xangô, Airá era considerado um de seus servos de confiança e segundo uma de suas lendas.

 Airá, tentou instaurar um atrito entre Oxalá e Xangô, graças a isso Airá deve ser tratado de forma diferente de Xangô e seu assentamento deve ficar na casa de Oxalá.

Por essa rivalidade com Xangô, não se deve coloca-los juntos jamais na mesma casa nem podendo Airá ser posto em cima do pilão de duas bocas, pois provoca a ira de Xangô. Sua cor é o branco e seus ornamentos são prateados. 

Airá é um Orixá relacionado a família do raio mas é relacionado ao vento, seu nome pode ser traduzido como redemoinho. 

Redemoinho é o fenômeno que mais se assemelha a um furacão em território Africano. Airá então pode ser louvado como a divindade que rege o encontro dos ventos.

Em território africano, não existe registro ou relatos de pessoas regidas ou iniciadas para ele, onde ele é cultuado, o culto predominante é o de Nanã e de Obaluaiê, já que Savé é uma região que fica em território Jeje.

Pouco se sabe sobre o nascimento ou surgimento de Airá e por esta razão muitos atribuem sua filiação à Iemanjá e a Oraniã, assim como Xangô e Aganjú.

No Brasil, Airá é visto, erroneamente, como uma qualidade de Xangô. Airá é visto como uma face mais amena e pacífica de Xangô.

Hoje, com a falta de conhecimento, muitos zeladores preferem iniciar uma pessoas de Airá do que de Xangô, na realidade está cada vez mais difícil encontrarmos filhos de Xangô, em sua grande maioria, os filhos de Xangô estão sendo iniciados em outros Orixás.

Ao contrário de Xangô, Airá não é um Orixá rei nem possui o carácter, punitivo e colérico. Este caráter mais ameno, pode ser evidenciado em uma de suas cantigas que diz:

"A chuva de Airá apenas limpa e faz barulho como um tambor".

Airá zela pela paz e pela justiça de forma incondicional, ao contrário de Oxalá que representa a paz, Airá a estabelece e possui uma ação muito mais direta em sua imposição, Airá pode ser qualificado como um sentinela de Oxalá, ou melhor, de Oxalufã e seria ele, Airá, quem estabelece sua vontade.

Apesar de Ayra ser considerado por muitos como uma qualidade ou caminho de Sango, não é.

Ayra era, como contam alguns itans, um dos súditos de Sango, talvez um de seus escravos, que a pedido do rei, acompanhou Obatala até sua casa após uma visita às terras de Sango. Obatala, apreciando muito a companhia de Ayra, requisitou que ficasse para sempre com ele. Ayra passa a viver com Obatala se adaptando aos gostos do Pai. 

Diferentemente de Sango, Ayra não come azeite de dende e veste-se totalmente de branco. Três caminhos de Ayra são conhecidos, Igbona, Intile e Adja Osi, sendo o primeiro mais ligado a Sango e tem como símbolo as fogueiras.

Ayra é o verdadeiro Oba Koso, tendo ganhado este posto em certa ocasião, quando Sango o pede para buscar a coroa que estava guardada na casa dos mortos por Oya, que temia por seu amado em ocupar o trono de Koso.

Para entrar na casa dos mortos, Ayra se utiliza do Agere, que consistia em uma vasilha contendo bolas de algodão embebidas com dendê em chamas que Ayra tirava uma a uma e as colocava na boca, com isso ele conseguia enxergar e localizar Ade Baiyani, que era o nome desta coroa, ela só podia ser carregada sobre a cabeça, e ela escolhia em que cabeça queria ficar, Ayra após levar Ade Baiyani até Sango, este não consegue suporta-la sobre sua cabeça, e a devolve a Ayra, neste momento o povo de Koso ovaciona Ayra como o novo rei. Cantando:

Oba Koso Ayra e
Ayra inan
Oba Koso Ayra e
Ayra inan
Em alguns terreiros de candomblé cultua-se um grupo de qualidades de Xangô que recebe o nome de Airá. 

Também se acredita que Airá seja um orixá diferente de Xangô e que participa de alguns de seus mitos. O mais comum é considerar-se Airá como um Xangô branco. 

São muitas as invocações ou qualidades de Xangô, que, como vimos, se juntam às outras tantas de Airá. 

Em diferentes países e regiões da diáspora africana em que a religião dos orixás sobreviveu e prosperou, há diferentes variantes das qualidades dos orixás, pois cada grupo, geograficamente isolado, ao longo do tempo, acabou por selecionar esta ou aquela passagem mítica do orixá. Muitas foram esquecidas, outras ganharam novos significados. 

Cada qualidade é representada por diferentes cores e outros atributos, de modo que, pelas vestes, contas e ferramentas, ritmos e danças, é possível identificar a qualidade que está sendo festejada, principalmente no barracão de festas dos terreiros.

Não só por esses aspectos, mas também pelas oferendas votivas e pelos animais que são sacrificados em favor da divindade.

VERDADES SOBRE A FUNDAMENTAÇÃO DE AYRÁ

Normalmente confundido com Xangô, no Brasil, na verdade é deve ser considerado como uma divindade individual.

Pouco se sabe sobre seu culto ou seus ritos, desta forma, passou a ser enxergado como uma qualidade de Xangô. 

Airá não é de origem Iorubá e seu culto está restrito à região de Savé em território Jeje, talvez por esta razão seu culto não tenha expressividade já que nesta região os cultos predominantes são os de Oxumarê, Obaluaiê e de Nanã.

É incrível o quanto no Brasil as pessoas transmitem abominações. 

Alguns sacerdotes sem conhecimento chegam a afirmar que Airá seria irmão de Xangô, quando na verdade não existe nada que fundamente esta afirmação. 
Ayra chegou a Oyó muito jovem e foi engrossar as fileiras do exercito do rei Sango.
Neste ponto começa o duplo sentido de Ayra ser Sango, isso se deve por Ayra morar em Oyó ser soldado do exercito de Sango, e se criar com costumes, e até mesmo jeito e particularidades e símbolos do rei. 

Não se sabe ao certo sua ascendência por isso Airá é considerado como filho de Iemanjá e Oraniã, assim como Xangô e Aganjú. 

Em um contexto geral, Airá é considerado como um Orixá Funfun, ou seja, um Orixá que veste branco. 

É considerado uma divindade de caráter mais passivo, seus fundamentos são relacionados aos elementos água e ar, mas no Brasil, devido a associação com Xangô lhe atribuíram ligação ao elemento fogo. 

Airá possui uma ligação muito maior com Oxalá do que com Xangô e na verdade tudo o que for oferecido a ele não pode conter o sal, o dendê e jamais deve ter seus assentamentos colocados sobre o pilão.

Isso acarreta a cólera dos Orixás. Suas comidas votivas não são temperadas com dendê, e sim com banha de ori africana. Come ebô, ejá e quiabo.

Observação: No Brasil, devido aos festejos de São João, criou-se uma tradição de se acender uma fogueira em homenagem a Xangô e a Airá.

Na realidade esse ato não existe na África isso foi absorvido dos festejos de São João.

A cerimônia que ocorre na África é o Ajerê de Xangô, cerimônia em que o iniciado de Xangô em Oyó carrega um jarro com inúneros orifícios e carregado com fogo sobre sua cabeça. 

Este ato é representado pelo próprio machado de Xangô.

Foi-lhe concedido por Xangô comer em sua gamela o arroz, a canjica e o mingau de acaçá, sendo-lhe proibido o dendê e o sal. 

Por motivo de rivalidade com SÀNGÓ, não se deve colocá-los juntos na mesma casa nem em cima de pilão. Sua gamela é oval e seus ornamentos prateados.

Seu assentamento é na gamela oval e não leva pilão. A fogueira lhe pertence e é acesa pelo lado esquerdo. Dentro da fogueira coloca-se :

- Um tacho de cobre com 12 quiabos;
- Uma pedra, representando o EDUN ARÀ;
- Frutas diversas, grandes e fartas.

Ayra chegou a Oyó muito jovem e foi engrossar as fileiras do exercito do rei Sango.
Neste ponto começa o duplo sentido de Ayra ser Sango, isso se deve por Ayra morar em Oyó ser soldado do exercito de Sango, e se criar com costumes, e até mesmo jeito e particularidades e símbolos do rei. 

UMA OUTRA VERTENTE DE PENSAMENTO:

Ayra é um orisá de culto próprio, tanto que ele não usa coroa e sim um capacete e seu simbolo é a chave,mas devido a Xango tentar tomar seu reino, aonde o rei era Àkesón pai de Ayrá.

Ele usa uma lança como símbolo de respeito,mais depois da chegada de Xango ao seu reino, Àkesón deixou o reinado para seu filho mais velho que era Ayra Ìntilé grande caçador e guerreiro,

Aonde ele passou usar um oxé de um so lado,e passou a comer oguidí, (sopa de feijão com quiabo),

Segundo os mais antigos existem 6 qualidades de Ayrá, mas se faz apenas 4 pois os outros dois não se faz por que são próprio fogo.


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